quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Diga como estás conectado e direi quem és



Para entender como os consumidores estão lidando com o universo digital, é preciso analisar através de critérios como demográficos, psicográficos.
Em estudo feito pela DM9DDB sobre o comportamento digital, ela traçou um novo segmento de consumidores, batizado de perfis digigráficos.
Foi constatado que sexo, idade ou classe social são fatores que não alteram a mudança no comportamento das pessoas.
Desta forma, desenvolveram três critérios que levam em conta quanto e como as pessoas utilizam os recursos e equipamentos tecnológicos em suas vidas, quais intenções elas têm ao consumir produtos digital, e, principalmente, quanto estes recursos moldam sua própria identidade.

“O estudo é sobre perfis, mas trata de coisas mais profundas. Traz não só uma segmentação como um novo olhar sobre as mudanças importantes que ocorreram na vida das pessoas. Os perfis não são rígidos ou exclusivos. É mais um critério comportamental”, afirma Cynthia Horowicz, vice-presidente de planejamento da agência. “Será uma grande contribuição para que as marcas sofistiquem seu entendimento do consumidor na era digital”, complementa.

Este estudo envolveu entrevistar com 25 pessoas, de seis gerações, entre 7 e 60 anos e uma aplicação de questionário em mais de 50 pessoas.
O objetivo não é substituir os critérios tradicionais, mas apresentar um olhar diferente que pode contribuir para a melhoria de estratégias de marketing.
Rodrigo Maroni, diretor de planejamento e estratégia digital da DM9DDB, disse que
“A cristalização dos insights para as marcas deve começar agora. Isso vai ajudar a redefinir o valor de cada mídia”.

Perfis


Foram elaborados cinco perfis que vão desde as pessoas que têm na tecnologia seu habitat natural e que formam suas personalidades a partir destas experiências, até aquelas que apenas recorrem a ela para ajudar a realizar de forma mais ágil suas tarefas cotidianas.

São eles: imersos, ferramentados, fascinados, emparelhados e evoluídos.

Segundo Maroni, a nova classificação permite aumentar a eficiência das ações digitais. “No início, a publicidade queria achar as pessoas geograficamente. Depois, em momentos, contextos. Agora está no ponto de falar com identidades diferentes”, conta. “Cada perfil exige uma comunicação diferente. Para falar com os imersos, por exemplo, é preciso saber conversar e dar valor para suas identidades virtuais, especialmente usando meios digitais, que é onde essas identidades ganham vida”.

“Acho que muitas empresas pecam no básico. Os sites não funcionam bem no iPad e no Blackberry, as lojas online também não. O bê-a-bá ainda precisa ser trabalhado. E poucas campanhas exploram a junção do online e do off-line. A integração ainda é a exceção”, diz Celeste Gonzalez, uma das pessoas ouvidas pela pesquisa. Nos últimos seis meses ela migrou do perfil emparelhado para o ferramentado. “Continuo muito plugada, mas perdi um pouco do desespero. A tecnologia vem para ajudar a nossa vida”, diz.

Os imersos são caracterizados por conseguirem definir melhor seus interesses e estabelecerem vínculos com o mundo por meio da tecnologia. Suas personalidades e identidades foram moldadas pela era digital e isso permitiu viver personagens diferentes. Já os ferramentados utilizam a tecnologia para ajudar nas tarefas cotidianas, mas eles não dependem dela e nem são definidos por ela. Os emparelhados vão um pouco além. Eles enxergam a tecnologia como a grande companheira da jornada diária e consideram que a vida fica extremamente complicada sem ela.
No caso dos fascinados, computadores e gadgets são ícones da modernidade e comprá-los os ajudam a atestar que são antenados. Por fim, os evoluídos são as crianças e os adolescentes que já nasceram adaptados e estão crescendo no mundo digital. “Este perfil tem um pouco de demográfico. Quanto mais jovem, maior a chance de ser evoluído. E todos um dia serão evoluídos”, diz Cynthia.

Por: Ana Carolina Côrtes


Fonte: Meio e Mensagem

Um comentário:

  1. Muito interessante.
    Essa segmentação - em imersos, ferramentados, fascinados, emparelhados e evoluídos - me lembrou uma classifcaçãoo que Pete Blackshaw faz no livro "O Cliente é quem Manda" (o título brasileiro é clichê, mas a as ideias do livro não são nem um pouco).

    Consultei o livro pra relembrar as classifcações, ele divide os criadores de CGM (consumer-generated media) em 4 perfis principais: "Adolescente tecnológico", "Mãe ou Pai Antenado", "Fã de Engenhocas" e "Lança-Chamas Radical".

    A quem se interessar: http://www.skoob.com.br/livro/116665-o-cliente-e-quem-manda

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